"Você tem mesmo fome de quê?"
Quem nasce primeiro o ovo ou a galinha?
Corpo ou mente? Dietas mirabolantes. Exaustão. Perder peso rapidamente. Fácil. Manter?
Qual é o milagre? Nutrição e atividade física adequada não bastam. A operação
passa pelo coração que não se enquadra na matemática. Sem mente no comando não
há corpo saudável e ideal. Freud explica. Ficcionalmente o aparelho psíquico é
inaugurado no início da vida. A nutrição imprime um registro mental da vivência
de satisfação. Sobreposto à necessidade física há o essencial suplemento
afetivo: memória da vivência de amor e prazer. Sofremos de reminiscência e
vamos buscar sempre vivências conhecidas de prazer. Somos, ainda, regidos pela
tendência à repetição e as lembranças muitas vezes nos aprisionam. Na
obesidade, a comida pode ser fonte de compulsão: adoça o amargo da vida.
Resgatam-se velhos caminhos: o primeiro é a boca!
Comer é evento social, cultural e emocionalmente significativo. Na mesa
há rituais que reabastecem a pilha emocional. Até a Santa Ceia remete ao
simbolismo da alma e do espírito ensejado no ato de comer e beber! Sobretudo, no
emagrecer, há outras dinâmicas mentais cujo significado do sintoma deve ser
desvelado no processo psicoterápico, pois cada indivíduo é único e necessitamos
solucionar seu enigma particular.
Academias, reeducação alimentar, procedimentos estéticos, médicos... Somente
atingirão efeito duradouro se houver solução de conflitos psíquicos: organizar
e desenvolver a mente para que o corpo deixe de ser terra de ninguém, ou seja,
joguete do inconsciente. Emagrecimento é questão de cabeça e corpo sãos!!! Ter
vida de qualidade e significativa é muito diferente de ter somente uma pobre
qualidade de vida!
Eliane Pereira Lima
Psicóloga
- CRP 06/43457
Publicado em O Liberal - Americana (SP), Edição 14889, em 01/03/2016, em http://vp.virtualpaper.com.br/oliberal?e=9226&l=1
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