“Mulher de corpo e alma”
Como falar em mulher e ser original? Inquietude.
Tensão. Creio que o novo nasce na tradição. Inovando transformamos o conhecido.
Nasce-se mulher? Torna-se mulher? O feminino é uma construção. Aliás,
impossível é negar o imenso maternal: o primeiro amor de homens e mulheres.
Há as viscerais que vivem tudo com paixão.
Outras quase de si esquecem. Muitas competem exaustivamente com as outras,
consigo ou com os homens. Cegas não se percebem semelhantes. Iguais e
diferentes. Trágicas as que se colocam no lugar da bruxa e megera. Nora. Cunhada.
Sogra. Amante. Traída. Vítima. Vilã. Embates catastroficamente inviáveis. Criam
espaços, como diz o poeta, onde não cabem por pecarem em excessos. Muitas cindem
o que é natural. Ora puta ora santa. Relações amorosas e afetivas conflitantes
em que a tragédia e fatalidade são inevitáveis. Culpa. Quantas emboscadas na
repetição, mágoa, rancor, remorso e ressentimentos. Prisioneiras do romance
familiar infindável. “Cem anos de solidão” é pouco.
E as belas? São divas? Glamour. O corpo tem
papel na constituição psíquica, pois antes de tudo o ego é corporal. O ícone da
referência pessoal é a aparência? Imagem é tudo? Sábias são as guardiãs da
solda do amor: são olhadas, enxergam e são vistas, veem. Afinal, o que torna um
corpo biológico em humano? Independente do sexo feminino ou masculino é a
linguagem do coração. As “feias” perdoem. Exigimos demais de nós mesmas ou dos
outros? Compreendam. Meu coração é vermelho! Expectativas irreais é terra de ninguém.
O corpo pode ser armadilha. Prisão. Verde?! Sempre é tempo de vir a ser. Que
bom que em tudo há reparação! Assim, vamos investir em nos tornar melhor.
Sempre
existe em nós ou em nossa vida
áreas que precisam de reparo.
Eliane
Pereira Lima
Psicóloga
Veiculado pelo "O Liberal", Edição 14896, na página 2, em 09/03/2016, disponível em http://liberal.com.br/virtual/
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