domingo, 6 de março de 2016

A mulher que vive em mim

“Mulher: corpo e alma”

A primeira frase de cada romance deveria ser:
“Acredite em mim, isso vai tomar tempo
mas há uma ordem aqui, muito tênue, muito humana.”
Se você quer ir para a cidade, vagueie.
Michael Ondaatje

“Quem vive em função do brilho, ainda que tenha sucesso, será infeliz”.
Augusto Cury

   Como falar em mulher e ser original? Inquietude. Tensão. Creio que o novo nasce na tradição. Inovando transformamos o conhecido. Nasce-se mulher? Torna-se mulher? O feminino é uma construção. Aliás, impossível é negar o imenso maternal: o primeiro amor de homens e mulheres.
   Há as viscerais que vivem tudo com paixão. Outras quase de si esquecem. Muitas competem exaustivamente com as outras, consigo ou com os homens. Cegas não se percebem semelhantes. Iguais e diferentes. Trágicas as que se colocam no lugar da bruxa e megera. Nora. Cunhada. Sogra. Amante. Traída. Vítima. Vilã. Embates catastroficamente inviáveis. Criam espaços, como diz o poeta, onde não cabem por pecarem em excessos. Muitas cindem o que é natural. Ora puta ora santa. Relações amorosas e afetivas conflitantes em que a tragédia e fatalidade são inevitáveis. Culpa. Quantas emboscadas na repetição, mágoa, rancor, remorso e ressentimentos. Prisioneiras do romance familiar infindável. “Cem anos de solidão” é pouco.
   E as belas? São divas? Glamour. O corpo tem papel na constituição psíquica, pois antes de tudo o ego é corporal. O ícone da referência pessoal é a aparência? Imagem é tudo? Sábias são as guardiãs da solda do amor: são olhadas, enxergam e são vistas, veem. Afinal, o que torna um corpo biológico em humano? Independente do sexo feminino ou masculino é a linguagem do coração. As “feias” perdoem. Exigimos demais de nós mesmas ou dos outros? Compreendam. Meu coração é vermelho! Expectativas irreais é terra de ninguém. O corpo pode ser armadilha. Prisão. Verde?! Sempre é tempo de vir a ser. Que bom que em tudo há reparação! Assim, vamos investir em nos tornar melhor. Sempre existe em nós ou em nossa vida áreas que precisam de reparo.

“Quantas vezes a gente, em busca de ventura,
procede tal e qual o avozinho infeliz:
em vão, por toda a parte, os óculos procura,
Tendo-os na ponta do nariz!”
Mario Quintana

“As estórias são flores que a imaginação faz crescer no lugar da dor... E a beleza torna a dor suportável”.
Rubem Alves

Eliane Pereira Lima
Especialista em Psicologia Clínica, Organizacional e do Trabalho
Psicologia - Psicanálise
CRP 06/43457
Crianças - adolescentes – adultos

R. Osvaldo dos Santos n° 46 – Jd. Santana – Americana (SP) – CEP 13478-230   ( (19) 3468-3541 e 99740-0046


Bibliografia
ALMEIDA, M. M. M. Simone de Beauvoir: uma luz em nosso caminho. Disponível em: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/cadpagu_1999_12_13_ALMEIDA.pdf Acesso em 04/03/2016.
ALVES, R. Se eu pudesse viver minha vida novamente... São Paulo: Verus Editora, 2004.
ALVES, R. Um mundo num grão de areia: o ser humano e seu universo. São Paulo: Verus Editora: 2002/2003.
BRITTON, R. e outros O complexo de édipo Hoje: implicações clínicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
CURY, A. Maria, a maior educadora da História: os dez princípios que Maria utilizou para educar o Menino Jesus: uma visão da psicologia, psiquiatria e pedagogia sobre a mulher mais famosa e desconhecida da história. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.
FREUD, S. A dissolução do complexo de Édipo. Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. XIX.        
_________ A Interpretação de Sonhos. Rio de Janeiro: Imago Editora (Edição Standard Brasileira), 1980, v. IV e V.
_________ Algumas consequências psíquicas das diferenças anatômicas entre os sexos. Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. XIX.     
_________ Carta 57. Bruxas e Simbolismo. Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, vol. I.
_________ Carta 75. Zonas erógenas Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. I.       
_________  Sexualidade Feminina. Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. XXI.
_________  Novas conferências introdutórias sobre psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. XXII.        
_________ O ego e o id . Rio de Janeiro: Imago Editora, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. XIX.
_________ Romances Familiares. Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. IX.
_________  Sexualidade feminina. Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. XXI.       
_________  Sobre a tendência universal à depreciação na esfera do amor (Contribuições à Psicologia do Amor II). Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. XI.        
_________  O tabu da virgindade (Contribuições à Psicologia do Amor  III). Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. XI
_________  Sobre as teorias sexuais das crianças. Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. IX.       
_________  Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Rio de Janeiro: Imago, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. VII.                    
_________ Sobre o Narcisismo: uma introdução. Rio de Janeiro: Imago Editora, (Edição Standard Brasileira), 1980, v. XIV.
KANCYPER, L. Confrontação de Gerações. Estudo Psicanalítico. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
_____________ Ressentimento e remorso. Estudo Psicanalítico. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994.
KLEIN, M. Psicanálise da Criança. São Paulo: Mestre Jou, 1981.
_________ Amor, Culpa e Reparação e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1996.
LAMANNO, V. L.C. Relacionamento Conjugal. Uma abordagem Psicanalítica. São Paulo: Summus, 1990.
_________________ Repetição e Transformação na vida conjugal. A Psicoterapia do Casal. São Paulo: Summus, 1994.
LAPLANCHE, J. e Pontalis; Vocabulário de Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
MALDONADO, M. T. Vida em Família: conversas entre pais e jovens. São Paulo:Editora Saraiva, 1996.
MORAES, V. Nova antologia poética. Vinícius de Moraes. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
OGDEN, T. H. Os Sujeitos da Psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1996.
ROTHGEB, C. L. Chaves-resumo das obras completas/ Sigmund Freud. São Paulo: Editora Atheneu, 1999.
SANTOS, M. G. Simone de Beauvoir. “Não se nasce mulher, torna-se mulher”. Disponível em <periodicos.pucminas.br/index.php/sapereAude/article/view/2081>. Acesso em 04/03/2016.
SOUZA, K. C. V. O feminino na estética do corpo: uma leitura psicanalítica. Disponível em: <www.unicamp.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=117> Acesso em 04/03/2016.
WINNICOTT, D. W. A Família e o Desenvolvimento Individual. Martins Fontes, 1997.
WINNICOTT, D. W. Os bebês e suas Mães. São Paulo: Martins Fontes, 1999.


Nenhum comentário:

Postar um comentário