Vínculo e Afeto: Tutu mais precioso que dinheiro
Processo de
luto leva tempo. Quão difícil é dizer adeus. Perdemos nosso Fox Paulistinha.
Fatalidade: foi “assassinado”?! Defendeu minha mãe idosa do hostil gato invasor.
Tutuzinho
era herança viva de meu pai e engatou muitas outras perdas e lutos. Recordei de
muitos pacientes – “crianças” de todas as idades - que choraram copiosamente em
meu divã por amigo peludo - verdadeiro e incondicional - quase gente da família
mesmo.
Sei que é muito intenso o vínculo entre donos e animais e reciproca a dependência emocional, por isso escrevo em defesa da posse responsável.
Na despedida
prometi que iria para o Céu dos Cachorros. Infantil? Questionei verdades. Finda
a Ciência recorri à Religião. Olhar espírita, católico, evangélico, budista,
etc. Torturava-me pensar haver mentido para meu cãozinho. Péssimo. Mentir pra
si é mesmo a pior mentira. Inexiste para os animais vida após a morte? Aliás,
resgatei diferenciações entre alma e espírito. Consolava-me saber que o justo
necessita cuidar bem de seus animais. Acabara? E o depois? Serenei com artigo
adventista do Leandro Quadros.
Os animais
domésticos são inconscientemente para crianças como filhos. Só pra elas?!!!
Vivenciamos o apego e o desapego, a aprendizagem de perdas e lutos, sobretudo,
o lidar com a grande certeza. Somos seres deste planeta. Somos mortais.
Não estou pronta pra ser proprietária. Paradoxo. “Adotei” o gato da Clínica vizinha. Transgeracionalmente tinha ressalva aos gatos. Motivo? Descobri recentemente que minha mãe fora atacada na infância. Curiosamente o branquíssimo e fofo White se apoderou generosamente de nosso quintal e abrandou o medo de minha progenitora. É nosso amigo incondicional.
Vida. Superação. Perdas e ganhos!
Eliane Pereira Lima
Especialista em Psicologia Clínica,
Organizacional e do Trabalho
Veiculado em Jornal "O Liberal Virtual", Edição 14872, 10/02/2016, na p´gina 2, em "Opinião", disponível em http://vp.virtualpaper.com.br/oliberal?e=9176&l=1
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